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Resenha do livro Fahrenheit 451

    Não é de hoje que as distopias trazem ânsias reais. A história que se passa no livro Fahrenheit 451, de Ruy Bradbury, trata de uma ânsia pela felicidade. Mas como a queima obrigatória de tantos livros pode demonstrar tal vontade? Cada livro tira um pedaço do longo caminho para a alegria “eterna”. Livros nos fazem chorar, refletir, agir… Tais emoções necessariamente humanas são perigosas para o equilíbrio das nossas vidas. Se fossemos isentos de tais sentimentos, não poderíamos simplesmente viver o agora? Viver de forma insossa sem precupações de tomar grandes decisões e sofrer com elas. O futuro que se passa no livro não é de todo um futuro. Muitos fragmentos são vistos hoje. Vamos para alguns deles.    O primeiro trata-se do uso de ansiolíticos. Quando Mildred (retrato fiel da abordagem acima) usa pípulas em excesso para dormir, está reafirmando que existe uma tristeza mascarada diante de tal sociedade. Embora o cotidiano seja resumido a trabalhar e re...

Noether

Noether. Emmy Noether. Este foi o nome que desejei dar ao peixe que comprei a uns meses atrás. Noether foi uma mulher que colaborou imensamente para física e matemática. Seu teorema sobre simetrias é tão belo, que nenhum outro nome seria melhor para ele. Era pequeno, azul e serelepe. Sua calda, grande e serelepe igual. Diante de tantas opções para comprar àquele dia, ele era apenas mais um. Mas depois que o escolhi, fazia parte do era a minha vida. O êxtase era tamanho, que nem perguntei o sexo. Passei tempos sem saber. Mas de que importa, se eu o amava igual? Usava Noether como um nome unissex. Emmy nunca fez parte do seu nome.  O áquario que morava era minúsculo. Embora em mim guardasse uma vontade enorme de tê-lo, outra se corroía pela idéia de colaborar com esses aprisionamentos. Comprei um áquario maior, ainda assim pequeno, que me fazia sentir melhor pela situação que havia sido condicionado. Espero que ele tenho sentido o mesmo.  Eu deveria trocar a água toda semana e...